domingo, 12 de junho de 2016

MUDAR, RENOVAR E O MEDO DO FRIO QUE IMPEDE AÇÕES DA LAVA-JATO EM CAMPOS.

Há quatro meses das eleições, inclusive majoritárias em Campos, o quadro de possibilidades que o campista terá não é nada animador, a começar pelos empregos dos verbos genéricos mudar e renovar utilizados, sem que estejam relacionados ao essencial para que isso ocorra quando, se forem os casos, mais detalhadamente a tempo, digam o que irão mudar ou renovar concretamente.

O fato das propostas alternativas, por empregos dos verbos genéricos, somado ao medo das investigações da Lava-Jato em Campos, apontadas na 23ª fase, que envolveu todos os representantes políticos do grupo responsável pelo encaminhamento político equivocado em Campos dos últimos 30 anos, com pretensões de continuar arrasando este município, diminui consideravelmente as possibilidades de reais desenvolvimentos e conquistas para a qualidade de vida ambiental e econômica de Campos. 



Desta forma, não implantando a CPI da Lava-Jato em Campos, a Câmara de Vereadores vira as costas para o seu principal propósito institucional: fiscalizar os atos do Executivo. Ao desviar deste principal objetivo, aqueles que não o exercem, se assemelham aos chamados ficha suja.



Pré-candidatos, especialmente a prefeito, com discurso bem ensaiado, dão o tom desafinado quando olham apenas para as extravagâncias dos governos Rosinha Garotinho, sem que façam a análise dentro da perspectiva histórica, visando alcançar outras administrações que se envolveram em outros escândalos, desde as construções indiscriminada de quiosques nas praças a superfaturamentos diversos, negócio obscuro para concessão dos serviços públicos de tratamento de água e esgoto, até quando a Polícia Federal aportou e levou membros do executivo para um passeio no avião preto, que deixou saudades e não se sabem as razões de ainda não ter retornado para novas apreensões. 

É fato que há desperdícios graves nos governos Rosinha Garotinho, como os R$ 110 milhões que "sumiram", os R$ 2,7 milhões pagos a TECTRAN (Plano de Mobilidade que não existe), os R$ 17 milhões da Cidade da Criança, os R$ 100 milhões (aproximados) do CEPOP, os mais de R$ 22 milhões do Canal Campos-Macaé, os R$ 1,7 milhões /mês pagos à PCE, os mais de R$ 24 milhões gastos no Mercado Municipal/Camelódromo/Feira Livre, além dos milhões desembolsados para os pagamentos de passagens aéreas questionáveis, aluguéis de carros e ambulâncias, até atingir o ápice do absurdo financeiro com a VENDA DO FUTURO de R$ 1,17 bilhões, onde se pagou de juros cerca de: R$ 54 milhões (1ª), R$ 107,9 milhões (2ª) e R$ R$ 195 milhões (3ª), que somados são R$ 356,9 milhões. Foram para os cofres da prefeitura, R$ 817,8 milhões (R$ 304 milhões (1ª), R$ 308,7 milhões (2ª) e R$ 562 milhões (3ª), descontados os juros de R$ 356,9 milhões. Estes R$ 356,9 milhões pagos de juros, pagariam 203.942.857 milhões do subsídio da passagem - R$1,75 - a R$ 1,00 do programa de passagens do transporte público do governo Rosinha Garotinho, por exemplo. Ou terminariam as obras do Hospital São José, do Palácio da Cultura, do Museu Olavo Cardoso, do Mercado Municipal/Camelódromo/Feira Livre, da rede de esgotos do Parque Esplanada, da RJ-216, dentre outros. Questão de responsabilidade e prioridade.

Além de todos os simbolismos negativos da VENDA DO FUTURO, uma das principais foi o envolvimento da Caixa Econômica Federal (CAIXA) - participou de duas das três VENDAS DO FUTURO. Curiosamente, a mesma CAIXA, não consegue parcerias por agendas positivas com a prefeitura - há muito tempo -, mas, em parceiras recentes com o governo Rosinha Garotinho, revelou o seu lado perverso de instituição financeira com foco no lucro a todo ou nenhum esforço, distanciando-se dos aspectos de instituição financeira pública viabilizadora de condições para o desenvolvimento das ações de estado e, consequentemente, da população.

Chamam a VENDA DO FUTURO  de operação de crédito, tentando anuviar o que de fato ocorre, muitíssimo bem explicado pela jornalista Miriam Leitão (http://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/credito-ser-ou-nao-ser.html), que chama a atenção do que realmente está sendo feito, ou seja, são operações ao estilo da ARO (Antecipações de Receitas Orçamentárias), combatida pela Lei de Responsabilidade Fiscal. 


Mudaram o nome, permanecem os métodos. Oficialmente, as AROs não eram empréstimos - como as Operações de Crédito - mas, comprometiam, pelo empenho/compromisso, de pagar os encargos financeiros com os impostos a serem arrecadados no futuro. Contudo, devido as várias AROs e falta de limites dos gastos públicos, os governos ou atrasavam ou não as pagavam, aumentando o deficit público e consequentemente a falência e o poder de transformação do Estado para o desenvolvimento da sociedade.



Não obstante ao cenário pouco animador, é em momentos como este que propostas com maiores responsabilidades e consequências são elaboradas. Visando isso, o Observatório encaminhou oficialmente, carta de intenção para diversas entidades da sociedade civil organizada, visando a realização de seminário para debater o desenvolvimento da cidade. O título inicial desta proposta do Observatório é: Campos com desenvolvimento participativo. Em primeiro lugar, o convite é para conjuntamente debater e, consequentemente, provocar o interesse da sociedade em geral, onde os protagonistas sejam da própria sociedade civil nas suas formas de organização, onde os políticos inteligentes optarão por participar como espectadores privilegiados, colhendo o saldo que será sistematizado e transformado na Carta de Campos 2016. O caminho tradicional de ouvir os candidatos com as suas promessas e planos mirabolantes, não tem confirmado os seus efeitos positivos, entendendo que o saldo positivo deve ser para a sociedade, basta avaliar, para confirmar, comparando as condições atuais com os programas e os planos de governo das campanhas eleitorais, todos. 

Este Observatório deseja mais, deseja o envolvimento responsável da sociedade, entendendo que a esta cabe participar ativa e continuamente das construções dos caminhos e das soluções. Em entendimento ampliado, não concordamos com quem se organiza para se compor politicamente em benefício de grupos restritos de interesses privados, mesmo disfarçados de públicos, tão pouco concordamos com entidades de aluguel político-partidário. Estas, devem optar por não seguir esta lamentável postura, fazendo auto-avaliação, ou assumirem a sua mediocridade para concordarem em dar fim a si mesmo. 


A decisão consciente e responsável pelo voto consequente é de todos, não desperdice a oportunidade diante das facilidades, participe da solução, não do problema.

A ação e a capacidade política não está no DNA de ninguém, somos seres individuais responsáveis por nossas posturas, pensamentos e ações.


Se você concorda com isso e, quer participar deste processo, entre em contato, associe-se: observatoriocampos@gmail.com